6.6.11

Sobre escrever

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Escrever é minha válvula de escape. Eu escrevo desde que sei escrever, e, aos 13, eu criei meu primeiro blog. Minha mãe um belo dia me mostrou uma resportagem em algum jornal falando sobre blogs, supostos diários virtuais, e eu fiquei pensando porque caralhos quereria escrever num diário - ou pior, por que caralhos eu quereria disponibilizar online o meu diário, uma vez que há um concenso universal que diz que diários são páginas e páginas com tudo aquilo que você queria poder dizer por aí mas não pode porque o bom censo não permite. Aí eu percebi que a gente pode querer falar de um lado da nossa vida sem que isso signifique expor a outros, e assim eu criei um blog.
Escrever virou quase uma doença. Eu ouvia um diálogo engraçado na rua e passava o dia inteiro o reproduzindo na minha cabeça pra não esquecer, chegava em casa e escrevia sobre ele. (Não, ninguém me apresentou às cadernetas.) Acontecia alguma coisa comigo e eu queria colocar no blog. Eu tirava um 10 e queria colocar no blog. Minha mãe brigava comigo, blog. Eu tava com sono, blog. Eu sentia preguiça, blog. Aí, por um motivo ou outro, eu comecei a mudar de blog. Criar um novo blog. E parar de escrever. Criar um novo blog. E voltar a escrever. E parar de escrever. E voltar a escrever de novo. Coincidentemente ou não, me parece que os tempos em que eu escrevo pouco minha cabeça fica sobrecarregada. Se não-escrever é consequência de estar sobrecarregada ou estar sobrecarregada é consequência de não escrever, we'll never know.
... A questão é que, quando eu percebo que fico muito tempo sem escrever, não me parece bom, porque isso singnifica que minha válvula de escape quebrou. E, pra gente viver em paz, as válvulas de escape simplesmente não podem estar quebradas.