28.3.10

Somedays...

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... Aren't yours at all
They come and go
As if they're someone else's days
They come and leave you behind someone else's face
And it's harsher than yours
And colder than yours

They come in all quiet
Sweep up and then they leave
And you don't hear a single floor board creak
They're so much stronger
Than the friends you try to keep
By your side

Downtown, Downtown
I'm not here, not anymore
I've gone away
Don't call me, don't write [...]











22.3.10

Yeah, go ahead

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Destroy the world with your stupid rage.

Às cinco da manhã, o computador iluminava aquele cubículo que ela insistia em chamar de sala. Bosta de quitinete. Foi num desses dias que ela derrubou muralhas e devastou mundos com sua raiva incontrolável, aquela raiva que bate nos fracos quando alguma coisa minúscula puxa o gatilho e faz disparar uma saraivada de palavras cortantes em alvos inocentes. Seus olhos já se esforçavam além do normal pra conseguir ler as balas que seus dedos cretinos disparavam no Messenger; do lado de lá, alguém sentia cada tiro penetrar a carne e se afundava cada vez mais na cadeira. E de repente tudo se desanuvia e o óbvio surge, e ela quer retirar cada palavra escrita nessa última hora, mas já é tarde demais e aquele que costumava ser seu namorado já não conseguiria mais o ser porque tudo o que eles julgavam ser ter sido edificado em estruturas sólidas havia sido demolido nos últimos precisos 57 minutos. Três anos e meio, um mal entendido de MSN e mais três meses até que nada mais deles restasse ileso e tudo acabasse com cada qual desejando apagar o passado. E ela era orgulhosa demais pra pedir perdão, e, pra esse tipo de gente, apagar é o que resta.

I'm a very very complex person

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I try to improve, but you see how I worsen...

17.3.10

Hoje...

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Eu realmente não sinto vontade de fazer nada. Queria dormir, o dia inteiro. Inteiro. Não quero ler o texto que preciso ler pra amanhã, não quero ir pra usp ter uma aula que eu escolhi, não quero ligar pra ninguém e pedir colo. Não quero nem escrever esse post, sepá. Os dias em que eu agora fico em casa mofando são os piores dias, porque são exatamente os que eu costumava fazer uma coisa específica (ultimamente), e agora meio que não posso mais. Tenho me forçado a fazer certas escolhas que parecem certas, e tenho tido que passar por cima do conforto que seria deixá-las como estavam só porque não quero ter que enfrentar o mundo.

Odeio todos vocês para quem eu devo algum tipo de satisfação - família, conhecidos, conhecidos da família - e não queria dar nenhuma, porque o que acontece aqui comigo não hes pareceria significante o suficiente pra justificar o fato de eu não querer fazer nada - nem lhes dar satisfações. Agora, eu queria morar numa casa onde não existisse nenhuma relação que se assemelhe à familiar, pra poder passar o dia inteiro olhando pra tv desligada sem ninguém me pedir pra lavar louça, pagar contas, visitar a vó, ligar pra amiga de não sei quem que me ligou esses dias. Onde ninguém me ligasse pra reclamar quando eu saio no horário em que todos supostamente estavam dormindo - mas eu sabia que não estavam- sem avisar, e ralhassem ao telefone, anulando os motivos que me levaram a fazer tal coisa, e making it sound like it was all about them, not about me.

Eu não de fato odeio vocês, mas odeio, nesse momento, essa relação de obrigação que eu tenho com vocês. E essa obrigação de ter que ser cortês e política, porque, se eu não o for, vai parecer que há algo de errado comigo em relação a vocês. O que eu realmente quero dizer é: por que caralhos a gente não pode ter um problema sem que ele possa ser só nosso?

14.3.10

Babaca

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Era um babaca. Não se sentia um babaca, simplesmente sabia que era. Que nem tpm: quando você age de forma estranha ou irracional muitas vezes num dia só, quando tudo parece absurdo e todas as explicações plausíveis já se esgotaram, é ela: a tpm. Você simplesmente sabe. Mas é claro que o babaca não fez este paralelo, afinal, ele era um ele.
Enquanto sua mente passeava nas profundezas do que beirava o subconsciente, seu dedo fazia desenhos no copo de chopp e ele fingia prestar atenção no que ela dizia, assentindo com a cabeça e soltando desses resmungos que encorajam a pessoa a continuar falando, toda a vez que ela fazia alguma pausa. Ela era tão... nova. E tão criança. E tão precipitada e eufórica. E isso o irritava dum tamanho que dava vontade de acabar com tudo, voltar pra casa e chamar o Claudionor. Mas ele ficava. Já fazia mais de dois meses que eles estavam saindo, e ele sempre ficava. Babaca.
Talvez porque com ela as coisas fossem mais leves. Leves e sem compromisso. E talvez ele só se irritasse porque, depois de 7 anos casado com uma pessoa, deve ser difícil se adaptar a alguém que não a sua esposa. 32 anos nas costas - 7 de casamento e 1 de namoro, contra os 22 dela -4 de faculdade e 5 de balada. É, devia ser isso.

Que tal a gente pedir a conta?

12.3.10

No espelho...

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Um rosto pálido e amarelado me encara. Olheiras profundas revelam que a pessoa que me encara supostamente tem dormindo pouco. Um olhar morto é só o que me recebe do outro lado. Morto, sem expressão. Eu diria que a pessoa do lado é um espectro, se eu acreditasse nesse tipo de coisa. Talvez ela esteja só morta por dentro. Dizem que viu restos de um atropelamento um dia desses - o vidro do ônibus trincado, o sangue no chão, as gazes ao lado do sangue - e não sentiu nada além de uma curiosidade perita pela cena. A pessoa atravessou fora da faixa e de repente pow, ônibus, e caiu no chão e sangrou um sangue de Sweeney Todd; tem que ter vindo da cabeça, porque era sangue demais, e os paramédicos chegaram pouco depois e atenderam à vitima, deixando pra trás um bolo de gazes - que provavelmente não foram de muita ajuda, porque a pessoa já devia estar mais pra lá do que pra cá - e um borrão vermelho no asfalto, a partir do qual o sangue descia e se bifurcava, parando dum lado e tornando a se bifurcar novamente no caminho mais comprido dele; o sangue tão plástico que dava até vontade de tocar. Ao lado dela, aquela que costumava ser sua namorada sentia náuseas.
As olheiras mentem, porque ela tem dormido pelo menos as 8 horas de sono indicadas a todos e quaisquer humanos, coisa que nem de longe fazia no ano anterior, quando acordava às 7h atrasada, tendo ido dormir às 2h. Anemia parece plausível. Senão, como eu vou explicar pra mim mesma que minha cara não tem explicação? ... Porque não tem. E essa morte artística, essa morte de espírito, é consequência dos painkillers que sua mente se automedicou, e agora aquela que me olha no espelho não consegue sentir nada além do óbvio que não dá pra esconder e que eu não quero falar.

11.3.10

Sabe quando...

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Você nem sabe se sabe direito se quer o que quer ou se acha que quer só porque queria querer? Aparentemente, ando querendo querer um monte de coisas, mas querer de verdade parece que eu não quero quase nada. Sabe assim? Ah, tem uma coisa que eu quero, mas essa eu queria não querer. O-pá, duas. Seja como for, até lá eu vou fazendo minhas coisas no automático, muitas vezes com indiferença, pra ver se alguma hora eu sinto alguma coisa. Que seja um choque.





[Posso estar anêmica, o que contribui pra vontade de nada fazer e supostamente justifica o fato de que, quanto mais eu durmo, mais quero dormir. Um pouco de explicação biológica pra camuflar o psicológico.]

9.3.10

So...

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Eu tenho um milhão de novas ideias por minuto. Dizem que a nossa fase mais ativa do cérebro vai até os 22 anos, ou algo assim. (Ou pelo menos em A Prova dizem.)
Por dia, nas fases em que meu cérebro resolve ficar obcecado com a ideia de escrever um livro, eu consigo contabilizar em torno de três novas histórias. O problema é o uso que eu faço desse brainstorm. Registrar as coisas seria um bom começo.
Agora acho que finalmente encontrei uma história sobre a qual eu realmente sinta vontade de escrever, até perdi algumas horas de sono por causa isso. Ok, parte desse sono não estava realmente no horário concencionado pela sociedade como o ideal pra dormir, so what. O que eu quero dizer é que é só descobrir onde fica a trava pras suas ideias que elas logo vêm.

Se minha teoria estiver certa, eu aviso quando o livro estiver terminado. Não estou num momento pra desenvolver a fundo essas teorias. Mas isso é provavelmente culpa do meu sono.

Sobre a nudez

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Não me atrevo a reler meu blog pensando no que as pessoas pensam quando leem o que eu escrevo. A gente sempre esconde mais do que expõe, no final das contas. E a maior parte de vocês não tem a menor ideia do que existe por trás dessas todas palavras minhas.