27.5.09

Se eu fosse marketeira...

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Diria que o visitante de número 500 deveria dar Print Screen e mandar a imagem pro meu e-mail se quisesse receber um prêmio legal e tentador. Ou desses egocêntricos, tipo um livro meu que eu não escrevi. Ou um beijo. Ou um número na rifa de mim mesma. Ou uma torradeira. 

Mas eu não sou. TCHAU.

25.5.09

Lavoisier

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Me mandaram fazer cocô no jornal, que nem cachorro. Há alguns dias meu estômago - ou sei lá que outro órgão - tem feito barulhos estranhos e doído, e minha mãe, que não se conforma com o fato de eu ter virado uma magricela em tão pouco tempo, cismou que é bicho. Então me mandaram fazer cocô no jornal e catar com a pazinha. Quatro é um bom número. Quatro já é suficiente. Obediente, peguei o potinho de cagar no laboratório após fazer exame de sangue, - porque minha mãe não se conforma com eu ter virado uma magricela e não ter nenhuma disfunção hormonal, ou, pelo menos, uma anemiazinha, - vim pra casa, quebrei o jejum e fiz cocô no jornal, que nem cachorro. Na verdade, prendi o jornal com a tampa da privada (aquela que é um aro), afundei ele um pouquinho pro feitiço não virar contra o feiticeiro e, como dizia, obedientemente fiz cocô no jornal. Foi quase a mesma coisa que fazer na água, mas ao invés de tchploc-tchibum fez pof pof pof. Voltei ao laboratório, enfrentei quarenta minutos de fila só pra entregar um cocô dentro dum ponte com conservantes de cocô, li várias páginas de Fun Home, recomendo veemente, e fui entregar o cocô no pote pra mulherzinha. Oi, vim entregar uma coleta. Qual seu nome? Flávia Onaga. Coleta de quê? Fezes. Entrega de dejetos, escreveu no computador. Vestiu uma luva. Entreguei o pote de cocô com cocô dentro e fui recebida com a mesma cara que provavelmente seria se entregasse o cocô de mão pra mão. Até olhei duas vezes pro pote pra ver se estava tampado e percebi que o fecho do pote não era dos melhores, porque o rótulo de "exame de fezes" tava meio molhado de conservante com cocô, possivelmente cocô com bichos. Tchau, boa tarde. 

19.5.09

Eco

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Preciso anotar essa ideia. Preciso. Preciso. Não se vá, ideia! Você não tem mais acento, mas mesmo assim eu te sustento. Ideia, panaceia, pauliceia, crimeia, odisseia, ninguém tem acento. (Assim fica fácil dizer que tá por dentro do novo acordo ortográfico, hein?)
Francamente, o que te vem à mente quando você mente? Ira somente? Ou você só mente? Mas que pobreza de rimas que nada são além da crua repetição. Mas, pra fins burocráticos da gente, precisava-se registrar.

15.5.09

Na rua

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A velhinha se escondendo do sol queima-couro à sombra do poste e não era nem no ponto do ônibus. A velhinha carregando capenga a casa inteira dentro de uma sacola de feira. A velhinha das marcas cravadas no rosto. Do sol, da idade, da vida. Do padrasto alcoólatra em 1943. E do marido alcoólatra naquela noite de 1983 que o ferro quentinho ficou em cima da mesa depois de terminar as roupas. A velhinha do rasgo que a chinela fez entre os dedos do pé. Arrasta, arrasta, arrasta e com a terra desgasta a pele que resta. A velhinha corcunda porque não há mais nada pra se ver adiante.



Ilustração por Amanda Spadotto

WHY, GOD, WHY?

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Não era segredo pra ninguém, mas não quer dizer que tava escarrado pra todo o mundo. Há mais coisas entre o céu e a terra do que eu gostaria que você soubesse, portanto, vou te mimetizar dentro de cinco, quatro, três... 

Que vontade de me esconder debaixo das cobertas pra sempre. E de fazer tempestade em copo d'água. Cabrum. Chuá. Acho que gente demais no mundo sabe que eu sou gay, então, gente, a partir de hoje eu sou hétero e reacionária, e se vocês saírem dizendo por aí que não, sou sapatão, eu vou negar. 

Peguei vocês.

10.5.09

Jaú x Augusta

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Roubaram as provas de um professor. Um professor do quinto ano do curso de Direito. Não se sabe como, mas sim que foi um aluno. Dentro de um curso em que se passa dez semestres estudando leis e ética, do qual espera-se que saiam futuros juízes, advogados, promotores ou até mesmo professores - de Direito, é claro. 

Espera-se de todo e qualquer ser humano que conviva em sociedade que este aja de acordo tanto com as leis da justiça quanto com um código da ética, - não que um não esteja diretamente ligado ao outro- enfim, responsabilidade. Que não mate, não roube, etc. Ou que não sacaneie o amiguinho do lado. Esse tipo de coisa. 

É mais ou menos grave do que um arquiteto, por exemplo, um aluno de Direito não ter ética? Ou do que um historiador? Ou do que um filósofo, um engenheiro, um economista, um mendigo? Todos deveriam ter ética. Absolutamente. Mas se você me perguntar, eu acho mais grave um futuro qualquer coisa da Justiça não a ter. 

E você? 

9.5.09

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Ô, tristeza. Quero chorar. Minha TPM é TÃO clichê. Olho pro meu armário e me dá vontade de sair correndo e comprar roupas novas. Aí lembro que já tá na hora de fazer o bigode, o que me faz lembrar que preciso dar um jeito no meu cabelo, o que também me lembra que não dou as caras na depiladora há um tempo. Vou passar a gilete em todos os pelos do meu corpo e jau.  

É HOJE que eu subo pelas paredes e saio pelada pra rua dançando capoeira. 

6.5.09

You know that statue...

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Ahh, mas me irritam dum tamanho essas pessoas que se dão o direito de distribuir sermões aleatoriamente. Com um zibilhão de trabalhos agora no final do semestre, uma montanha de textos para ler e, de quebra, algumas provas também, a última coisa que eu preciso agora é alguem me dizendo o que eu tenho que fazer. OH, PLEASE: eu sei muito bem. E se eu me ferrei agora por ter deixado essas coisas acumularem, cabe a mim - e só a mim - julgar o motivo pelo qual elas se acumularam. 

Pra alguém que queria fazer mais e falar menos, eu me saio uma boa sagitariana. 
... Cabeça dura.