23.3.09

Relatos de um babaca II

Uma mão tocou o ombro direito, um rosto apareceu pelo esquerdo cumprimentando olá e um olhar oblíquo se afastando. E o Claudionor se acabando em cima do balcão. Não seriam necessários mais do que um sorriso e uma troca de olhares para que me acompanhasse até ela.

Um não-sorriso. Seguido de um olhar longo e verde. Barméin, marca mais um.

O outro lado do bar era mais claro, um bom pretexto pra apertar os olhos e chegar de cara feia já falando qualquer coisa. Nesses locais de teto baixo e onde a luz forte vem de cima a franja é um bom abrigo. Já os desprovidos de, esprimem os olhos e deixam a testa brilhar. Testa brilhante é brocha. Abaixei a cabeça e vesti a minha personagem também, olhando de canto quando melhor me convinha.
Claudionor ardia-me os lábios, e as ondas de calor, cada vez mais percepíveis, subiam até a orelha. Sentia o suor fazer cócegas nas costelas. O pouco diálogo presente era curto e vago, pra não comprometer a ebridez. E a mim.
Esses pubs ingleses made in Brazil deveriam funcionar só em dias frios... Mas eu bem sabia que meu calor nada tinha a ver com o pub - ou com o Claudionor.