22.3.10

Yeah, go ahead

Destroy the world with your stupid rage.

Às cinco da manhã, o computador iluminava aquele cubículo que ela insistia em chamar de sala. Bosta de quitinete. Foi num desses dias que ela derrubou muralhas e devastou mundos com sua raiva incontrolável, aquela raiva que bate nos fracos quando alguma coisa minúscula puxa o gatilho e faz disparar uma saraivada de palavras cortantes em alvos inocentes. Seus olhos já se esforçavam além do normal pra conseguir ler as balas que seus dedos cretinos disparavam no Messenger; do lado de lá, alguém sentia cada tiro penetrar a carne e se afundava cada vez mais na cadeira. E de repente tudo se desanuvia e o óbvio surge, e ela quer retirar cada palavra escrita nessa última hora, mas já é tarde demais e aquele que costumava ser seu namorado já não conseguiria mais o ser porque tudo o que eles julgavam ser ter sido edificado em estruturas sólidas havia sido demolido nos últimos precisos 57 minutos. Três anos e meio, um mal entendido de MSN e mais três meses até que nada mais deles restasse ileso e tudo acabasse com cada qual desejando apagar o passado. E ela era orgulhosa demais pra pedir perdão, e, pra esse tipo de gente, apagar é o que resta.