9.7.09

Revolta

tanta preguiça só de pensar em dar aulas de inglês no meio das férias que eu pareço não ter, ainda mais quando essa aula é pra duas senhorinhas. Não pensem em mim como professora de inglês, sim como terapeuta ocupacional.
Uma das senhorinhas é minha avó. Me diverte bastante vê-la rindo dos dvds toscos que eu levo, e me faz feliz quando ela repete quase que perfeitamente algumas frases difíceis pra alguém que tem 87 anos e problemas de memória. A outra é uma amiga dela, que fala pelos cotovelos em português, não gosta quando a aula passa de uma hora, não gosta quando eu passo algum tipo de lição, cancela uma aula a cada duas semanas e, mais que tudo, reclama do dia a dia, das amigas, da vida, da empregada. Quer aprender inglês porque o filho mora nos Estados Unidos há nove anos, mas já faz aulas há uns cinco - não comigo - e não fala "hi, how are you?" sem se complicar na hora de responder o "me too".
Eu não sou uma pessoa ruim, mesmo, mas me irrita um pouco o fato de que algumas pessoas simplesmente curtem se enganar. É fácil dizer "eu tenho dificuldade pra aprender línguas", só que, porra, quem inventou essa frase devia morrer de catapora preta e língua roxa, porque ela deve estar no top 10 clichês dos alunos que querem aprender as coisas out of nowhere. É que, na verdade, é bem claro mesmo que eu sou uma terapeuta ocupacional, porque o que eu faço poderia ter muitos nomes e o último deles seria dar aula de inglês. Prontofalei.

Mas não tem revolta, não. Só quero que você se encontre...
(Acho tão mentira essa frase no meio da música quanto acho aqui nesse post.)