21.4.10

Worn me down...

Blind date. Quão assustador pode ser um blind date, era justamente o que ela pensava cá com seus seus botões e sua long long neck. Já passava das 18h20 e nada dela. Hmmn. Estaria ela no ponto de encontro errado? Ou ela (a outra ela, não ela própria) era só uma pessoa atrasada? Ou talvez isso caracterizasse o primeiro cano da sua vida? Ela (ainda a outra) poderia perfeitamente bem tê-la visto e ido embora. Ah, Carol, quanta falta de confiança no seu taco inexistente. Half blind date, pra ser mais precisa. (Não dá mais pra chamar de blind quando ambas as pessoas envolvidas já se viram por fotos.)
Pega o caderno, escreve. Escreve, escreve, escreve até não poder mais. Cansa. Levanta pra ir embora; cata as notas baixas no bolso e nada de notas baixas. (Nem altas.) E lá vem ela, lá longe, com um sorriso largo e óculos de grau na cara. Ôôô-lááá (e os óculos já evaporaram, mas nada de perguntar deles. Vai saber se foi essa meia cerveja ou só a desatenção. Em todo caso, melhor não dar pala.)
Ok, beber na padaria é meio fim de carreira, além de economicamente errado. Três cachaças depois e lá estava Carolina, petrificada e se perguntando por que é que o mundo tinha de ser tão esteticamente agradável, psicologicamente cativante e concretamente equivocado pra ela. Quando você abraça uma pessoa e não sente vontade de soltar nunca mais, até onde você deve se reprimir, sabendo que ela não pode ser sua?

Até... aqui.