21.5.10

Fill in the blank

Nada me faz chorar. Filmes melosos, filmes bonitos, prova, entrega de trabalho, vontade de desistir da faculdade, fim de namoro, quebrar a cara, não poder correr, não poder jogar. Palavras cortantes, pancadas na cabeça, brigas, discussões, afrontas. Nada.

E eis que fui fazer um teste de psicologia. Teste de placas. (Quando a amiga da Psicologia pede com jeitinho, a gente atende.) Descreve uma, duas, três, onze. Falta só uma. As pessoas têm reações diversas a essa placa, ela avisou. E aí levantou a placa. E um branco olhou pra mim. E eu olhei pro branco. O que você vê? Capuf. Eu vejo nada. Eu não vejo... absolutamente nada. Nada. E aí eu chorei. Uma placa em branco me fez chorar. Uma placa em branco teria me feito chorar o dia inteiro, se eu não me controlasse. Aquele monte de nada olhando pra mim, e eu olhando pra ele. Aquele monte de nada me esperando. Como a minha vida ultimamente. Eu me vi naquele nada. Não quero nada, não faço nada, não tenho vontade de nada, não quero dizer nada quando digo nada.

Ééé, placa em branco... você vai pra análise.